LEMBRANÇAS ...
LEMBRANÇAS ...
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Fim de um ciclo. Comi o chocolate. Sem prestígio. |
Comi
o chocolate que era para você. Fim de um ciclo. Tem situações em que a mente sempre
gira, movimenta, rotaciona, corre, e quando menos esperamos, lá está, aquela
maldita e fatídica, não boa, mas ótima lembrança, a que maltrata, machuca e nos
faz lembrar, em alguns momentos, aquilo desejável ao esquecimento.
É
estranho, mas compreensível, tendo em vista de que somos seres humanos, não
sabemos viver no mundo, nem com as pessoas, nem conosco mesmos, nem com os
sentimentos. Ou seja, por mais que tentemos criar barreiras, por coisas
pequenas e simplórias, como somos burros, todos os homens –em geral, machos e
fêmeas- precisam saber que lidar com certos tipos de situações são complicados,
por nós mesmos, não por ninguém, sempre vamos culpar alguém e esquecemos que
somos nós a criar, planejar e vivenciar tudo.
Buscamos
dizer que sempre “Aí alguém me decepcionou”, “Aí não esperava isto”, mas o que
de fato você fez para mudar isto? Quais as ilusões, imaginações, vontades e
desejos, que ficaram claros ou implícitos, talvez, sabe Deus, explícitos demais,
mas quem pode culpar? A culpa é nossa, daquela pessoa que se permiti apegar as
suas carências e medos: você.
Criamos
expectativas demais e imaginamos coisas férteis, óbvio, a depender da
intensidade de seus sentimentos-eu sou intensa, em tudo o que faço, realizo e
quero-então, quando digo que vou me abrir, seja para o amor, trabalho,
amizades, não importa, mas entrego-me de uma forma, que o sofrimento, com toda
a certeza, tem o tamanho que eu quero dele.
Por
isto comi o chocolate, aquele que prometi a quem não merecia, que não
valorizou, que colocou-me nas seguintes situações: 1) Ele se abriu, eu não
percebi e nem valorizei; 2) Eu me abri, ele se fechou e cansou e 3) Os dois se
fecharam e nem quiseram tentar mais. Isto é, ficou tudo jogado, bagunçado, sem
entendimento, sem a conversa final, sem o beijo final, mas tudo na vida passa, até uva.
Ainda
tenho sentimentos, já que por uma fatídica pergunta, que era de direito meu,
tudo se transformou e acabou, a magia de cinema, de um beijo roubado, de
momentos compartilhados, de amizade construída, de segurança, de um possível
relacionamento, de um possível e futuro desejo sexual, mas terminou. Por isto
comi o chocolate que era para você.
COMO TUDO COMEÇOU...
Antes
de comer o chocolate, pensei em tudo, nos mínimos detalhes, o que veio-me a
mente foi a cena cinematográfica em que a vida o trouxe para mim. Desde o
primeiro momento, quando cruzei o meu olhar com o seu, senti algo diferente, mas
tinha de ter postura, ao vê-lo sorrir, meus cabelos da nuca ficavam eriçados,
quando você chegava perto eu não sabia nem como agir. Bem que eu tentei correr,
mas foi mais forte.
Sempre
lutei contra tudo o que tava dentro de mim, sabia que um cara como sua pessoa,
sério, ia se interessar por uma guria sem sal e nerd como eu? O que
levaria-me a crer nesta possibilidade? Até hoje não acredito, mas só de sentir
que a recíproca era ou é verdadeira, não me preocupo em saber mais, mostrou que
tudo é possível e que nossos pré-julgamentos acabem.
Depois
de muita conversa, assumo, não nego, que o beijo foi de cinema, parecia tudo
tão real e irreal ao mesmo tempo que permiti-me a pensar na força que eu tinha
e nos sinais que eu dava-te. Tudo ia bem, os beijos eram fantásticos, as suas
mãos, seu jeito comigo, seu carinho, sua preocupação, sua vontade de querer-me
por perto.
Aconteceram
vários fatos, mas você nem parou para perceber que na sua condição e o medo,
ansiedade, receios que eu tinha, impossibilitaram tudo o que querias, mas foi
ótimo e maravilhoso.
Foi
um lindo filme, mas que acabou.
DAQUI PARA FRENTE
É
preciso que minha mente se eduque novamente e não siga mais meu coração, ou
seja, preciso sair do trauma, aprender a lidar com tudo isto-emoções que
mexeram comigo de uma forma-isto é, basta seguir em frente.
Só
queria poder ter uma última conversa, sabe, aquela em que colocamos tudo para
fora, secamos o que ainda está úmido e finalizamos, mas acredito que tu nem se
importa, ou melhor, nunca se importou. Quem seria eu na verdade para ti? O que
seria você para mim?
É
doloroso, sofrido, mas sempre vivi sem você, que muito acrescentou-me e poderia
fazer mais, só que vamos seguindo.
O
filme da vida nunca acaba, apenas se aumenta, trocam-se os personagens, mas o
principal: VOCÊ, sempre estará presente e atuando, para o bem ou para o mal.
Jornalista PE
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