É TÃO IRREAL QUE É REAL

Saudades Guri! Foto: Google Images
Vou apenas escrever. Desabafar. Não me preocupo com o uso correto da gramática normativa. Eu não irei dizer frases clichês. Nem escrever um texto sobre despedida. Devem ter várias mensagens, circulando por aí, sobre ‘aproveitar a vida’. Sem mencionar muitas pessoas virando ‘Deus’ e se permitindo a adivinhar o que irá/poderá acontecer ou não.
Vale o destaque de que muitas pessoas irão especular. Invadiram/Invadirão a vida privada dos seus entes e amigos queridos. A mídia, ironia do destino, sua antiga profissão, está sempre em busca de informações, buscando, assim como nós, as respostas desta fatídica tragédia da aviação que ocorreu perto/próximo de Medellín.
Não sei se poderia ter sido diferente ou se nada daquilo aconteceria. É como se tudo não passasse de um sonho, que nunca acaba, e somos obrigados a viver em uma realidade diferente e nos permitir a, tentar, acredito eu, a sobreviver a este mundo e nesta sociedade hipócritas, mas ainda o tendo conosco, meu amigo.
Como ando comentando por ai, ter acordado, às 5h30, da terça-feira, com a notícia de que havia acontecido uma tragédia aérea e que o seu nome, meu amigo, estava entre uma das vítimas fatais, mesmo que tivéssemos, não apenas eu, que estou no fim da pirâmide da sua vida, por conta das circunstâncias da vida, mas também seus conhecidos próximos, os amigos e os seus familiares, de que seríamos agraciados com seu nome na lista de sobreviventes e em um futuro breve, depois de louvar a Deus, estaríamos todos rindo de felicidade e não com lágrimas de tristeza, como acontece hoje.
É tão irreal que parece real. A ficha não cai. A dor da perda começa a incomodar. Homenagens aparecem. Estamos tentando seguir a vida, só que tá complicado. As lembranças aparecem. Observe, Guri, que mesmo daí do lado de Jesus, o quanto és querido e amado. Cada pessoa tem seu jeito e maneira diferente em te dizer, todavia, assim o estamos fazendo.
Não sabemos como devemos proceder. A dor de sua rápida partida, dói. Ficaram apenas as lembranças de seu sorriso e de sua humildade. Além do amor e vivência, diários, pelo Jornalismo. Obrigada por fazer-me querer levantar a bandeira e lutar sempre. Você é meu exemplo de ‘Herói da Comunicação’. Vida que dá voltas. Saudades que permanecem. Irreal que parece e é real.
Sei que não foram apenas os seus sonhos, vontade de viver, trabalhos interrompidos, mas também de 75 pessoas, nas mais variadas idades, das mais distintas funções, se foram. E o que ficou a nós aqui na terra? Apenas uma coisa. Sentir a dor da saudade e seguir adiante.
Não sei se será fácil, falo de mim, aos demais, e os mais próximos a ti, será complicado. Para não dizer sofrido e dolorido. Aceitar ser acordado com uma ligação, dizendo de seu falecimento, aos seus familiares, tenha certeza que foi horrível. Para que não comentemos ser tenso.
A sua maior lembrança, guardada dentro de mim, são os sorrisos fáceis, cabelos cacheados ao vento e a velha lata/garrafa/copo de cerveja na mão e a defesa, feroz, dos objetivos e ideais de vida. Além da simplicidade, humildade, otimismo e vontade de viver.
Ah Guri! Sim, estamos órfãos de ti! Obrigada por ensinar-me a tomar chimarrão, o de água quente, por colocar o Jornalismo como profissão e merecer o devido respeito e por fazer-me sorrir das alegrias, adversidades e rumos da vida.
Vá em paz! Nos espere! Nos proteja! E esteja sempre lembrando-se de quem, aqui na terra, nunca esquecerá de ti!
Obrigada por- e nos ensinar a- viver!


Jornalista PE

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